Olá
amigos, voltei ao OUTEIRO dos abéculas, com a ajuda dos “Desatinados”.
amigos, voltei ao OUTEIRO dos abéculas, com a ajuda dos “Desatinados”.
Não era este o tema com que queria voltar mas o diário crítico de hoje saiu tal qual aqui vai.
Todos os dias de manhã os primeiros temas noticiados marcam a “Ordem do Dia” com que somos bafejados pela máquina concertada da informação que os portugueses consomem, e pagam, sem qualquer contestação. É um problema diário de facto para quem consome, não para quem escolhe as noticias. É necessário manter a população num estado latente de medo e desconfiança quanto ao futuro, por isso não há lugar a notícias que alegrem um pouco as pessoas para o dia, uma estratégia que já não é nova.
Quando não há notícias chocantes, para o mal, inventam-se doenças. Isso acontece quase todos os dias. Mente-se diariamente e repete-se se necessário.
Hoje de manhã a notícia, carregada de sentido catastrófico, era um novo surto de sarampo na Europa, calcule-se: aí vem novo mal terrível e será necessário vacinar toda a gente. Mas depois acrescenta-se, para não se cair no ridículo, aqueles que não o foram, dizia a personagem convidada, senão a mentira não era suportada pela população mais idosa e que conheceu surtos de sarampo.
Isto apareceu num dos canais de televisão, uma senhora convidada, cuja aparência não se ajustava a uma pessoa que tenha vivido naquele período do século XX em que os surtos de sarampo atravessavam todos os estratos da população, dizendo ainda que se lembrava das mortes que o sarampo fazia, imprimindo um ar trágico à situação. Quem atravessou esses tempos de surtos de sarampo sabe que, tal como foi noticiado, é mentira. Lembro-me que os pais preferiam que os filhos apanhassem, em pequenos, as doenças do género porque, dizia-se, a criança ficava imunizada para sempre. Seria muito pior se apanhasse o sarampo em adulto. Eu próprio que na província passei por essa fase não me lembro, não tive conhecimento, que alguém tenha morrido devido ao sarampo. Seria muito natural que alguém com mais fraquezas no sistema imunitário corresse graves riscos, mas isso era igual para qualquer dessas doenças tipo epidemia.
Todas as doenças epidémicas, ao tempo, foram erradicadas através de programas de vacinação infantil. Espécies de vírus foram guardadas nas “instituições competentes”, não interessa qual nem onde.
É estranho que na zona mais civilizada do globo, donde todos esses males foram erradicados, apareça, em 2011, um surto de sarampo que esteja a preocupar os europeus, dizem noticiários portugueses.
Esta situação fez-me lembrar a gripe das aves, que antes de chegar já estava anunciada, desceu pela América abaixo até ao sul, chegou à Europa Ocidental e todos as pessoas tinham de ser vacinadas, o que motivou grandes gastos públicos com uma vacina que, milagre, já existia antes do aparecimento de tal surto epidémico. Quando se espalha um vírus, ainda que seja em zonas do globo onde as populações podem pagar, há sempre problemas de saúde, há uns gastos inesperados, depois a onda passa. Quando se espalham notícias catastróficas, o medo vai invadir a vida de cada um e é muito mais difícil de erradicar do que a doença.
Que a Europa Ocidental estava com sarampo, de direita, já sabíamos, mas que certos jornalistas tinham sido contaminados e estavam pestilentos é que não. Confessaram-se mas não se vacinaram e o vírus alojou-se. E é um problema acrescido, sem resolução à vista porque o vírus transmite-se através dos média.
Parece que uma certa classe jornalística, quando tem problemas já não diz “aqui d’el Rei” mas “Santo Deus, querem tirar-me a Liberdade de asneirar”.
Que lobbies estarão a manipular os média com tanta eficácia?
6/12/2011.